quinta-feira, 19 de março de 2015

ESTAMOS DE VOLTA.


Qual o seu humor hoje? É mais ou menos isso que a gente vem afirmando há muito tempo. Quando nós da The Good Garden surgimos entre uma espécie de Boom de bandas de rock autorais cearenses, éramos apenas mais uma banda a quem não davam a menor credibilidade, mas passados exatos 13 anos de muita batalha, muitos náufragos ficaram pelo caminho enquanto a gente continua fazendo estória. Sabemos o quanto é difícil para um jovem entre 18 e 20 e poucos anos, manter acesa a chama que movimenta uma banda de rock. passamos por esses momentos também, momentos de afirmação e decisão, onde é preciso definir muitas coisas, como emprego, renda, família... Houve um momento onde, todos nós estávamos fudidos e sem perspectivas fácies, com eu expulso de casa, o Cícero sem emprego esperando uma filha, o Mário sozinho em Fortaleza com toda sua família na Bahia, e o Thesco colocado para fora da empresa a qual trabalhava e com isso rompendo um relacionamento estável, uma família. E o que acontece? Do you believe in magic? (Você acredita em mágica?) Contra todas as barreiras que poderiam nos fazer outros, entre tantos que fazem mimi o tempo inteiro e só sabem lamentar, nós fizemos humor sarcástico e findamos montando a Good Garden. E quando nós rompemos as barreiras locais desse bairro/município que nomeia a banda, nem sempre foi fácil aturar o preconceito exposto para com o nosso som, o nosso toque e principalmente para com a gente mesmo. Rock do Bom Jardim? Quem são esses caras? O que eles pensam que são? Há uma ordem estabelecida de preconceito leve que determina que nós, que somos da periferia, temos que ser e agir igual a grupos como os Racionais Mc’s, ou o Inocentes, era isso o que se esperava da gente, além de um posicionamento de coitado e uma concordância amigável a tudo o que se propunha em termos gerais, ou seja, esconder a opinião para se tornar “agradável”, esse último desplante inclusive não alcançava só a gente, e vemos muita gente boa cair nessa cilada. Eu por exemplo, não sou negro, "apesar de que o resto da banda é!" Minhas raízes nativas são ameríndias, e o que sei fazer é rock, não gosto de MPB, não sei misturar, não gosto de samba, sou ruim da cabeça e doente do pé! E quando nós apresentamos nossa cara com o nosso nonsense não foi fácil. Mas claro houve pessoas que apostaram na nossa ousadia como o Jofran Fonteles, o Talles Lucena, o pessoal da Fundesol, em especial a Lúcia Albuguergue e o Messias, toda turma do CCbJ – Centro Cultural do Bom Jardim, como a Diana Ponte Pinheiro, A Cristina Gadelha, o Senhor Ex secretário de cultura do Ceará, professor Pinheiro, o hoje deputado estadual Elmano Freitas que nem sabe o quanto ajudou a gente em um momento crucial, o pessoal, claro que também vou citá-los, da pródisc, que já nem sei qual a significação da sigla já que há muito não é uma associação de produtores de discos, nesses a Thaís Andrade, e até mesmo o Ivan Ferraro, o André Marinho, o Amaldison Ximenes e o Fernando Pessoa do Centro Cultural Banco do Nordeste do Brasil, CCBNB, e em especial um público fiel, entre membros de outras bandas seminais do Bom Jardim, Barra do Ceará, Pio XII... E amigos e por que não dizer fãs em geral. Estivemos envolvidos nesses últimos 13 anos em quase tudo o que diz respeito a rock no Ceará, uma estrada autoafirmativa cheia de acertos e erros também, com muitas amizades e desencontros como é natural, e agora estamos voltando com tudo. Com o fim da nossa parceira vencedora com o Selo Panela Discos/Rock, houve muita especulação sobre o destino da banda, claro que não foi uma expectativa que alcançava só a gente, todos ali foram muito postos a prova, tem gente que quer ver é a caveira mesmo, mas nós saímos e resolvemos mudar de atitude, foi quando criamos a Good Garden Produções, empresa que administra a banda e a Toca Good Garden, local onde toda a cena autoral do Ceará, sem restrições de estilo, classe, ou seja lá qual for a nóia que se cria nesse nosso ambiente pode tocar! Esse é um post de agradecimento a todas as pessoas citadas e a todos em geral que de alguma forma cruzaram nosso caminho, vale citar com muito carinho o DJ Dado Pinheiro, o Tanísio, Rafael Lucena, Babuê, Saron Brandão, Paulo Lima, Gleriston Sampaio, Thiago Paiva, Todos da Brechó Discos na Bahia, Todas as bandas e coletivos parceiros pelo Brasil afora. Há! E respondendo aquela interrogação do início, Meu humor hoje está Heavi! 

GEORGIANO DE CASTRO.

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