segunda-feira, 14 de novembro de 2011





Eu, Cicero Alexandre sou um dos fundadores da banda de rock The Good Gardem junto com meu parceiro de adolescência Georgiano de Castro e sempre desde nossa primeira apresentação em novembro de 2003 no antigo Night Bar no Henrique Jorge, já passamos por muitas coisas no palco, mas o que passamos no último dia 12 de novembro de 2011 foi bem diferente.



Estávamos terminando um show no qual fomos convidados na Praça do Ferreira quando fomos surpreendidos com uma postura reacionária, provinciana, preconceituosa e nazi-facista por um grupo que até então respeitávamos, mas que demonstraram total desconhecimento das origens do rock'nroll, estilo este que foi capaz de revolucionar e libertar a juventude que na época era subjugada as ordens das instituições família, religião e sociedade através de seus padrões pré-estabelecidos.


A liberdade é um bem, um valor que devemos exercitar todo dia, seja em nossas músicas, vidas e atitudes e o papel desempenhado por esse grupo é digno dos mais retrógados pastores ou dos sacerdotes das igrejas ortodoxas ou dos mais fervorosos professores da disciplina Moral e Cívica implantada no Brasil nos anos de ditadura militar, jaquetas de couro, motos costom, cabelos e barbas longas utilizando-se agressões para defender um ponto de vista alienado, nacionalista de manutenção da moral e dos bons costumes, de que adianta um visual agressivo, cheios de marra a princípios (porque depois até alguns fingindo viraram deficiente físico apoiando-se nos tacos pra despistar na hora que o bicho ia pegar) e ter uma cabeça oca, vejam só algumas frases apresentadas pelos componentes do grupo – “não só fizemos isso por que eles ofenderam nossa presidente Dilma” , “isso não é rock é muito imoral” “ vocês são gays vão apanhar quando chegar aqui em baixo” mas acho que eles pensavam que eram apenas três (The Good Gardem é um Powertrio) quando sentiram que éramos em número muito superior “chamaram a mamãe” cena ridícula até fingindo ser deficientes físicos e afirmando não ter feito nada.


Particularmente tenho admiração pelos que sabem e conhecem a história desse ritmo alucinante e contagiante e sem tabus chamado rock’nroll, só para os que não sacam nos anos 50 as letras já destilavam cenas sexuais, gemidos e danças sensuais, que traziam um apelo sexual e sendo a pegada da banda o rockabilly, punkabilly e o sulfmusic ao qual sintetizamos de rock popular brasileiro autoral não poderia se distanciar disso e não é por causa de alguns desinformados fantasiados que vamos parar. Sabemos da existencia de outros grupos de motociclistas que realmente conhecem e valorizam esse estilo de vida e do real sentimento da palavra liberdade sem paranoias, sem o nacionalismo naci-facista exacerbado. Valeu.